terça-feira, 12 de abril de 2016

A MINHA INFÂNCIA

No bairro de Magoanine, arredores da capital de Moçambique, Maputo, vivia uma família completa por cinco pessoas, na qual a chefe da família é a Mãe, a Tia Helena, e mais seus quatro filhos, duas Meninas e dois Meninos, em segundo sou Eu, Unidos, na pobreza, na alegria, e no carrinho um pelo outro, a família sobreviveu a vários desafios da vida, para ser o que é hoje.
Falemos um pouco do Didi, tratado por macabeça, pela família. Ele foi e sempre foi um menino de muito respeito, pois essa era a primeira regra da casa, imposta por Dona Helena, e a segunda que não foz do respeito, era saber ouvir. Essas duas regras eram essências, para se livrar da varra que não se parte, que somente a Dona Helena sabia onde ficava, e quando assim como porquê usar.
Os pequenos da casa era Didi e a sua Irmã mais nova, então nós, estávamos encarregues de todo trabalho de casa, menos cozinhar, o que muita das vezes era a tarefa da Mana e da Dona Helena. O Didi, tinha como tarefa, varrer o quintal e dentro de casa, tirar o pó, e a Cassula cuidava da loiça e limpar o chão da casa. Fomos educados e ensinados, que antes do banho não se comia, então após as tarefas da casa, era imperioso o banho e bem feito, pois para o mal feito, havia lá alguém, a Mana, que se encarregava, de mandar repetir o banho. Para dizer que ser limpo ou a higiene, sempre foi um importante detalhe na nossa família.
Voltando para o Didi, este adorava brincar, mas também a escola fazia parte, aos finais de semana, depois de trabalhos de casa terem sido feitos, e do pequeno-almoço, estava Eu liberado para brincar com os meus amigos da zona. Jogávamos a bola de saco (xingufo), em ruas abertas e muita das vezes descalços, que adrenalina, e mais, fabricávamos carrinhos de ferro, ou de arrame, o que era um pouco trabalhoso, porque todas as manhas tínhamos o dever de ir a procura do arrame, as latas para as rodas, o elásticos, e os fios finos de bronze, para fazer as ligações. Depois do material reunido sentávamos numa das sombras, com pedras bem duras, martelo, para quem tivesse, iniciávamos com montagem dos nossos carros, sem se esquecer do caniço, a chave para a condução dos mesmos.
Ele era conhecido por quase todos na sua zona, isso devido a sua participação em quase todos os jogos de futebol que decorriam na zona.
Mas seria um erro falar da infância do Didi e não falar do Mito, grande amigo do Didi. Mito era o amigo inseparável do Didi, expecto nos meio de semana por causa da escola, o quando saiam de ferias, a amizade deles ainda prevalece ate os dias de hoje, apesar da distancia que existe entre eles, motivacionada pelos estudos de Didi.
Durante a minha infância, posso afirmar que tive a felicidade, a oportunidade, de aprender e apreender muita coisa boa, e o saber da distinção entre o bom e o mau, para mim como criança assim como adulto nos anos que se viriam.
A minha infância é muito diferente daquilo que é hoje. O exemplo claro e concreto disso, é o espaço onde Eu cresci, os pequenos meninos e meninas, já não brincam da mesma forma, já não jogam o xingufo, já não se faz carrinho de ferro, alias um e outro, mas para dizer em outras palavras que as coisas mudaram. A minha pergunta seria: Porquê? Qual é a diferença da criança de hoje 2016 e a criança de 2008?
Claro, muita coisa mudou, mas os pais dessas crianças não mudaram. Eu não os culpo, e nem as crianças são culpadas pelo tempo em que vivem, mas uma coisa devemos ter a noção, saber adapta-las e ensina-las, de modo a seguirem um bom caminho na vida, independentemente dos tempos em que irão se encontrar, o que significa, seja la qual for a era, o lugar, o tempo, o espaço, nunca deixemos de ser aquilo que somos, pelo lado bom, o respeito não tem eras, o saber ser e estar, não tem eras também. Se fui ensinado a respeitar os mais velhos em 2008, não quer dizer que hoje em 2016 devo perder o respeito, só porque estou numa fase, onde as "coisas ruins" estão acessíveis aos mais novos, e mais velhos cada vez Mais ocupados, perdendo tempo, muita das vezes para o controlo, dos seus filhos, para as necessidades e progresso dos seus filhos.

Na minha infância não era problema, passar duas horas em roda, a conversar com os outros meninos da mesma idade, e veja que as conversas eram criativas, não era problema, sair a passeio sem dinheiro ou com pouco dinheiro, não era problema dividir o pouco que tivesse com aquele que nem o pouco tinha, resumindo eramos unanimes, irmãos, o espirito de irmandade, a ausência do egoísmo, pois este o egoísta, o orgulhoso, o que se achava o tal, este fica sem amigo, e sem com quem brincar, o que era triste e mau, na minha altura.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Pensamentos Cotidianos

Primeiro vou começar dizendo que se o julgamento pelas aparências fosse crime, muitos de nos teríamos contas com a polícia. Mas temos essa vantagem de não ser crime, dai que muitos fazem e desfazem sem olhar para as consequências Eu sou miúdo jovem adulto ou senhor, e tenho um grande problema que acredito que também tens, julgar os outros pelo que são por fora, simplificando pelas, roupas, carros, ou ainda pelo andar e olhar, mas isso são só aparências nem sei o que fazem nem sei o que são, se honestos, simpáticos, antipáticos ou maus isso eu nem sei.
Me pergunto porque, mas não acho a resposta, pois sei que também há quem me julga, pelo simples facto de eu existir, tentei varias personalidades, vários estilos de vida, mas cheguei ao ponto de desistir, porque nesta vida não importa o que és ou que fazes, sem haverá quem ira julga-lo, e nos casos de sorte alguém para te dar a mão, e dizer força, de segunda a sexta dia e noite estou na luta para sobrevivência,
Trabalho duro, me enfoco nos livros, e o sucesso que é bom ate parece estar a demorar, o que fazer? quando olho para os lados não vejo saída, só posso continuar, e não me importo com aquilo que os outros pensam ou dizem de mim,
Faço o que sempre fiz e bem, e vou continuar assim, nasci pobre de facto, mas ninguém afirmou que irei terminar assim, a Mãe me ensinou que a riqueza não basta para ser feliz, é preciso muito mais, ser você e você com os outros, saber amar e respeitar aqueles nos rodeiam, e não julga-los, pois nunca ninguém sabe aquele que vai-te levantar quando estiveres no chão, o ditado diz “o mundo da voltas”, se não acreditas é bom passares acreditar, pois caso não, num amanha próximo iras descobrir que estas sozinho num abismo e lá ninguém vai te achar.